Aqui junto ao mar é que entendo
a dor que me causa rimar
cada poesia. As ondas são irregulares
e balançam tanta fantasia! Todos
os sábios dizem que o poema é sangue
ou música e não riminha. Tenho
pena de não saber (essa adivinha
que o mar me está sempre a corroer)
(paciência…)
Aqui junto ao mar é que entendo
a poesia;
compreendo
que não é rimar
nem é alegria.
Sei que é sangue, que é cantar
mas numa teimosia d’espantar
o braço sempre desafina
largando uma ou outra rima.
Sofro e desgosto
neste pesar.
Mesmo em Agosto,
junto ao mar.
(enfim…)