5.25.2008

Receio

É verdade
Que me pergunto vezes a mais
Porque receio ouvir-te nos meus sonhos
Quando suo suores e solto
Ais
E da tua ausência vejo
Fantasmas medonhos
Será de gostar que tenho medo e me arrepio?
Será a tua voz mesmo suave que me enche de frio?
Anteontem fui para a cama mais cedo
Esperando que o sono viesse
E que se fosse o medo

Arriscar o receio de te pensar
E o mesmo de te perder
(eu sei que não vai dar,
que vou continuar a tremer)

Amanhã cedo o Sol talvez se finja de amigo
Teimando-me que qualquer ideia é um perigo
Não valendo de nada fugir ao pensamento
Seja de ti e da história que nós tínhamos guardada
Como se por um gesto, num escasso momento
O tempo do mundo fosse uma coisa de nada
E eu vou inventar a vida de um dia inteiro
Distraindo-me da tua imagem com coisas que nem sei
Dissimular que te esquecendo pareço porreiro
E que posso findar as coisas que comecei
Mas é tudo mentira e não sou um feiticeiro
Nem consigo explicar-me porque tanto te amei