9.23.2009

sem título

9.19.2009

setembro

fica sempre por saber se é um fim ou um regresso. se as nuvens anunciam ou dissipam. se as gentes correm em busca da novidade ou se fogem das memórias recentes. o verão tem essa inquietude de não se anunciar, a mesma que teima em odiar as despedidas.

regresso às aulas

a campainha percute-se rouca, com o corpo insuflado dos suores do verão. e desculpa o atraso do recomeço, tempo de comparar as memórias dos castelos de areia e do azul do mar.

vindima

os cachos estão prontos, os bagos gordos. mas suplicam um acrescento de espera, que querem beber por inteiro o seu elemento. antes do decesso do corte, antes da alegria alheia.

fim de verão

os teus olhos, e é setembro, carregam mais a melancolia de um verão por decidir. o terno dizer adeus dá-te a cor da despedida que sempre parece prematura. temente da ausência e da incerteza do regresso breve.

9.18.2009

no escasso período
de uma antiga sanidade
faleço as loucuras teimadas por ti
e arregalo o mundo
como dádiva de luz e sol;
como se pudesse
albergar de novo a respiração
suave da diligência.
trazemos o sinal da demora
nos corpos ainda por gastar,
ciência de imperfeição
e impaciência,
que todos os dias
tomba à guarda da noite.

9.11.2009

gaivota - ou lenço? - a dizer adeus ao cinzento azul do mar que a deseja

9.01.2009

aqui, nesse lugar de pequenino

é aqui que aqui regresso
submergido do tempo parado
com que desenovelei as primaveras.
é aqui que reponho eras
no granito onde correm os berlindes
(abafa, abafa…)
e retrocedo o bastante
que deixa ver uma cidade
no côncavo da mão.
é aqui que já não choro
o arrepio de perder ao mata
(esconde, salta…)
secadas as lágrimas
ao sal de trinta anos;
é aqui…