9.26.2008

castanho

as raparigas pintam de castanho as saias do outono. imitam as vozes das árvores, cansadas do garrido do sol.

9.23.2008

teimosas folhas

e pingam os dias, gota a gota, hora a hora. o outono espreita e depois chega. as folhas insistem na sua força. revoltam-se contra a certeza das estações. teimam em morrer de pé.

9.21.2008

a luz ficou a ocidente

Ao primeiro disparo, sem a grandeza imperial, a benção dos deuses. Luz como só tu tens, Lisboa

9.12.2008

e a luz?...

Madrid encanta, cheia de ares de império e belezas aprumadas. Ai se os deuses te tivessem deixado a luz de Lisboa, o Tejo, o mar da palha...

9.10.2008

Findo o dia (9.09.2008) é Lisboa que se despede da luz emprestada. Amanhã voltará, no Alfa ou no Intercidades, de Coimbra ou de outro recanto que empreste o olhar.
Coimbra (9.09.2008) o dia nasce com a intensidade do hábito. A luz espera para servir de companhia, companheira das horas e da viagem.

9.08.2008

contente

mas que setembro. setembro que, se te lembro, vinhas diferente. anos quase assim, mas quase sempre contente.

9.06.2008


pingos

nem sempre a chuva é tão teimosa assim. leva consigo uns reflexos pintados nos pingos que não deixam de ser uma réstia do sol. e este, por isso, acaba por vir correndo.


Viseu, 5 de Setembro.

A chuva em visita sem convite


Coimbra, mesmo sem parecer.

Um fim de tarde nas paredes ignorantes da transparência.

9.03.2008

tarde a cair

cai a tarde. cai em moldes que parecem lâminas sobrepostas, fechando o dia com paciência, combinadas com a negrura que se aproxima.

9.02.2008

calendário

é o que é. e ainda é verão. as coisas são para se cumprir com rigor, esperando serenamente o tempo próprio.

sobras

sobram uns calores de tempo. apenas como se o verão fosse teimoso, incapaz de aceitar as mudanças dos meses, levando a peito o rigor metodológico das estações.