5.31.2010

falsidades

agora que caiu a neve no calor da noite
deixo que os olhos fechem o som do tempo
e revolto-me com a escuta dos silêncios,
à procura de palavras mortas, de sílabas esconsas
que livrem o medo do seu fim

porque só a desmesura liberta, esse
arrepio de laços que faz da incongruência
um beijo sem lábios, um abraço sem braços,
a inocente verdade de tudo ser falso.

(24.05.2010)