5.31.2010

devagar se canta nas manhãs turvas

não cantes tão depressa
os acórdes onde o vento
nos enrola as tardes,
que a mansidão é ingrata
mas perene
e só as nuvens se revoltam
com as boleias do sopro

mudam a forma,
riem e choram...
e tu querias
que os dias
(cacófonias...)
tivessem um som quebrado
de silêncios nunca satisfeitos

a melancolia é tão risonha
como a aurora das manhãs turvas,
aurora é,
azul, cinzenta
como que seja
afirma-se no lia longo
como premonição.

(28.052010)