1.29.2011

viagem

Deixei o banco onde lera o verso que carrego agora
e enquanto as casas correm à janela
(uma boina de soldado a corar numa varanda de azulejo,
viste?)
e o comboio castiga as vértebras
pergunto se a madeira gasta ouviu o meu segredo;
que guardam as coisas das nossas conversas?
- e como se diluem, para se libertarem
das confissões inquietas,
dos sonhos desfeitos antes do acto?