11.16.2010

verso riscado


antes deste estava escrito outro verso
onde lacrara as memórias de menino
(os restos dum hino, um gasto terço
um coração sem preço...) - que desatino

risquei-o como quem sopra o pó
na crença d'agora ser já forte
como se fora possível ser mundo e não só
como se a idade aceitasse a sorte

e a vida - afinal - é apenas a ilusão
de ter os pés na terra, e o coração
quimera que finge sonhar um outro dia
a rimar o amar com àlegria