4.10.2009

Quando se tomba

olhei o céu num gesto involuntário
quando uma estrela tombava do seu ritmo
e o teu olhar
recuperou-me o pensamento
onde imaginava cavalos alados
em trajectórias de circo. Vinte
anos são dois instantes
e gastei-os inteiros
a descobrir o som do infinito.
o teu rosto calou-se,
o teu olhar caiu
o teu sorriso perdeu-se
atrás de uma boca vermelha. Vinte
dias chorei sem lágrimas
a ausência de contrastes,
do atrito onde pude perder a mão,
e tu calaste-me o peito. O
infinito era só não ter medo
que os dedos se desentrelaçassem
à passagem de uma nuvem carregada. A
fé é um percalço intemporal. Como
um qualquer outro.
(29.03.2009)